Ouçam essa notícia da Radioagencia Nacional.
http://radioagencianacional.ebc.com.br/materia/2010-12-17/mal%C3%A1ria-atinge-milhares-de-amaz%C3%B4nidas-todos-os-anos
"Silenciosamente a malária atinge meio bilhão de pessoas no planeta todos os anos e leva ao óbito centenas de milhares delas, silenciando principalmente crianças. Suas principais causas são o retardo de diagnóstico e de tratamento, a desinformação sobre a doença e o nosso silêncio! Para contrair a doença basta ser picado por um mosquito Anopheles infectado e para um mosquito se infectar basta picar alguém doente. Sem doentes não temos mosquitos infectados nem transmissão de malária."WBarroso
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Malária: onde informar-se e buscar por socorro médico no Brasil
Malaria: where to get advice and seek medical help in Brazil.
Folder "CONHEÇA A MALÁRIA". Autores: Wanir J. Barroso, sanitarista da Anvisa/MS e Claudio T. D. Ribeiro, médico chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Agradecemos a reprodução, divulgação do link e citação dos autores.
http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_569194722.pdf
Centros de Referência para a malária no Brasil:
RJ - Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária
(CPDMAL/Fiocruz):(0xx21)9988.0113
Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC)
Tels. (0xx21) 3865-9506, 3865-9576 e 3865-9636 e
Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
Tel./Fax (0xx21) 3865-8145
RJ - Hospital Universitário da UFRJ
Tels. (0xx21) 2562-2562 e 2562-2590 e CIVES – UFRJ
Tel. (0xx21) 2562-6213
RJ - Hospital Universitário da UFF
Tels: (0xx21) 2629-9313 e 2629-9314
RJ - SES/RJ - Tel. (0xx21) 2299-9745 e SMS/RJ (0xx21) 2289-2096
SP - Hospital das Clínicas da USP - Tel. (0xx11) 3069-6135
SP - Ambulatório dos Viajantes do HC/USP
Tel. (0xx11) 3069-6392 e 3081-8039
SP - Núcleo de Medicina do Viajante Instituto de Infectologia
Emílio Ribas - Tel. (0xx11) 3896-1366 e 3896.1400
MG - Faculdade de Medicina da UFMG
Tels. (0xx31) 3226-6269, 9971-7846, 9956-7438
MT - Hospital Universitário Júlio Muller - Tel. (0xx65) 3615-7281
Ambulatório de Infectologia e Pronto Atendimento
Tel. (0xx65) 3615-7343
DF - Universidade de Brasília - Núcleo de Medicina Tropical
Tel. (0xx61) 3273-5008
DF - Laboratório Central da Secretaria de Saúde do GDF (LACEN)
Tel. (0xx61) 3325-5288 e 3321-2642
AM - Fundação de Medicina Tropical do Amazonas
Tel. (0xx92) 3622-0903
RO - CEPEM - Tel. (0xx69) 3225-3304 e 3225-2279
PA - Instituto Evandro Chagas - Tel. (0xx91) 3217-3166
GO - Hospital de Doenças Tropicais
Tels. (0xx62) 3201-3673, 3201-3674, 3201-3629 e 3675-3620
MA - Universidade Federal do Maranhão - Centro de Referência
em Doenças Infecciosas e Parasitárias
Tel. (0xx98) 3221-0270 e 3221-0320
AC - Secretaria Estadual de Saúde e Higiene
Tel. (0xx68) 3223-7888 - LACEN/AC - Tel. (0xx68) 3228-2720 e
Secretaria Municipal de Saúde/AC - Tel. (0xx68) 3226-3989
AP - Hospital de Emergência Oswaldo Cruz - Rua Amilton Silva,
1648 - Bairro Centro - Tel. (0xx96) 3212-6233/3212-6234
RR - LACEN/Laboratório de Malária - Rua Jair da Silva Mota, 461
- Bairro Asa Branca - Tel. (0xx95) 3626-1933
TO - Hospital de Doenças Tropicais (HDT) - Av. José de Brito,
1015, Araguaína/TO - Tel. (0xx63) 3411-6019
Folder "CONHEÇA A MALÁRIA". Autores: Wanir J. Barroso, sanitarista da Anvisa/MS e Claudio T. D. Ribeiro, médico chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Agradecemos a reprodução, divulgação do link e citação dos autores.
http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_569194722.pdf
Centros de Referência para a malária no Brasil:
RJ - Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária
(CPDMAL/Fiocruz):(0xx21)9988.0113
Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC)
Tels. (0xx21) 3865-9506, 3865-9576 e 3865-9636 e
Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
Tel./Fax (0xx21) 3865-8145
RJ - Hospital Universitário da UFRJ
Tels. (0xx21) 2562-2562 e 2562-2590 e CIVES – UFRJ
Tel. (0xx21) 2562-6213
RJ - Hospital Universitário da UFF
Tels: (0xx21) 2629-9313 e 2629-9314
RJ - SES/RJ - Tel. (0xx21) 2299-9745 e SMS/RJ (0xx21) 2289-2096
SP - Hospital das Clínicas da USP - Tel. (0xx11) 3069-6135
SP - Ambulatório dos Viajantes do HC/USP
Tel. (0xx11) 3069-6392 e 3081-8039
SP - Núcleo de Medicina do Viajante Instituto de Infectologia
Emílio Ribas - Tel. (0xx11) 3896-1366 e 3896.1400
MG - Faculdade de Medicina da UFMG
Tels. (0xx31) 3226-6269, 9971-7846, 9956-7438
MT - Hospital Universitário Júlio Muller - Tel. (0xx65) 3615-7281
Ambulatório de Infectologia e Pronto Atendimento
Tel. (0xx65) 3615-7343
DF - Universidade de Brasília - Núcleo de Medicina Tropical
Tel. (0xx61) 3273-5008
DF - Laboratório Central da Secretaria de Saúde do GDF (LACEN)
Tel. (0xx61) 3325-5288 e 3321-2642
AM - Fundação de Medicina Tropical do Amazonas
Tel. (0xx92) 3622-0903
RO - CEPEM - Tel. (0xx69) 3225-3304 e 3225-2279
PA - Instituto Evandro Chagas - Tel. (0xx91) 3217-3166
GO - Hospital de Doenças Tropicais
Tels. (0xx62) 3201-3673, 3201-3674, 3201-3629 e 3675-3620
MA - Universidade Federal do Maranhão - Centro de Referência
em Doenças Infecciosas e Parasitárias
Tel. (0xx98) 3221-0270 e 3221-0320
AC - Secretaria Estadual de Saúde e Higiene
Tel. (0xx68) 3223-7888 - LACEN/AC - Tel. (0xx68) 3228-2720 e
Secretaria Municipal de Saúde/AC - Tel. (0xx68) 3226-3989
AP - Hospital de Emergência Oswaldo Cruz - Rua Amilton Silva,
1648 - Bairro Centro - Tel. (0xx96) 3212-6233/3212-6234
RR - LACEN/Laboratório de Malária - Rua Jair da Silva Mota, 461
- Bairro Asa Branca - Tel. (0xx95) 3626-1933
TO - Hospital de Doenças Tropicais (HDT) - Av. José de Brito,
1015, Araguaína/TO - Tel. (0xx63) 3411-6019
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
A malária brasileira fora da Amazônia.
A malária brasileira fora da Amazônia.
Dr. Wanir José Barroso, sanitarista, especialista em epidemiologia e controle de endemias.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
A malária como doença parasitária de evolução rápida continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e em outras 111 áreas endêmicas de cerca de mais de 100 países. A malária humana também detém a identidade de ser a antroponose de maior prevalência no planeta, isto é, nenhuma outra doença do homem transmitida ao próprio homem, através de alguns mosquitos do gênero Anopheles, atinge e mata um número tão grande de pessoas. Há vários anos no planeta, são estimados algo entorno de meio bilhão de casos que ocasionam centenas de milhares de óbitos anuais, sendo em sua maioria crianças com menos de 5 anos de idade, além de colocar sob o risco de contrair a doença cerca de 40% da população mundial residente em sua área tropical. No Brasil a autoctonia de casos, situação em que os três elementos do ciclo evolutivo da doença (o homem, o mosquito e o Plasmodium) são ou estão na mesma região, está concentrada em todos os estados da Amazônia Legal mais o oeste do estado do Maranhão, em regiões de Mata Atlântica de diversos estados do sudeste, além de regiões do Vale do Rio Paraná. Os Estados do sudeste brasileiro além de todo restante da região extra-amazônica, a partir das décadas de 60 e 70, tiveram suas áreas maláricas transformadas em regiões de transmissão interrompida. Houve nessa época o tratamento maciço de casos, mas não houve a eliminação do mosquito transmissor, o que torna essas regiões vulneráveis à ocorrência de episódios de reintrodução da doença. Os principais mosquitos transmissores de malária nos Estados da região extra-amazônica são o Anopheles aquasalis, no litoral, o Anopheles cruzii, em regiões de Mata Atlântica e o Anopheles darlingi, em outras regiões. O Anopheles darlingi é o principal transmissor de malária no Brasil e está distribuído praticamente por todo o país. Seus principais criadouros são respectivamente: as áreas alagadas com água salobra ou do mar no entorno do litoral, as plantas que acumulam água em suas folhas, como as bromélias que são abundantes em toda região de Mata Atlântica e as áreas alagadas e sombreadas do Vale do Rio Paraná, entre outras. A malária de Mata Atlântica nos estados do sudeste como RJ, SP, ES e SC têm como características: a ocorrência de casos isolados entre visitantes e moradores da região que necessariamente entraram em contato com a mata ou estiveram próximos a ela, o registro de casos em vários municípios possuidores de Mata Atlântica, a presença preponderante do Anopheles cruzii como transmissor, o diagnóstico de malária por Plasmodium vivax com baixa parasitemia e a existência de uma representativa população de assintomáticos e oligossintomáticos da doença detectada em torno de alguns casos estudados, através de inquéritos sorológicos para Plasmodium vivax e pesquisa de Plasmodium em esfregaços sangüíneos. O comportamento epidemiológico da doença após a ocorrência de múltiplos e discretos surtos ao longo destes últimos anos nas regiões de Mata Atlântica no Brasil nos sugere que a malária de Mata Atlântica ainda esteja enfrentando a fase de transposição da barreira imunológica dos reservatórios, isto é, enquanto os anticorpos específicos dos pacientes assintomáticos estiverem contendo a multiplicação do protozoário mantendo baixa a parasitemia nesses pacientes, estarão baixas a circulação de gametócitos e a infectividade nos mosquitos transmissores. Neste período de constantes e discretos surtos ou microepidemias, enquanto não se observa o registro de níveis endêmicos mais expressivos da doença, o esperado é que continuem a ocorrer novos e esporádicos casos de malária entre visitantes e moradores não imunes nessas regiões, pela existência da população de assintomáticos ao redor de cada caso. O fato de haver poucos registros de casos não quer dizer que a doença esteja sob controle, pois os infectados sintomáticos com retardo de diagnóstico e os assintomáticos sem diagnóstico e sem tratamento oferecem a possibilidade de continuar mantendo o Plasmodium em circulação na região, infectando mosquitos e produzindo casos. A realização de novos inquéritos sorológicos para Plasmodium vivax nas diversas regiões de transmissão da malária de Mata Atlântica permitirá a identificação e o tratamento dos portadores da doença, além de permitir avaliar a extensão do problema. A principal estratégia de controle da malária de Mata Atlântica ainda é o pronto diagnóstico e tratamento dos sintomáticos e assintomáticos, como se sintomáticos fossem, sob pena dela continuar sendo por desinformação confundida com outras doenças e tratada muitas vezes apenas como febre de origem obscura. A reintrodução de malária por Plasmodium vivax nestas regiões, através de casos importados oriundos de áreas endêmicas como a Amazônia, pode interferir na infectividade do mosquito, difundir novas cepas, acelerar a ocorrência de novos surtos, além de oferecer a possibilidade de descaracterizar do ponto de vista epidemiológico e terapêutico à evolução da doença enquanto malária de Mata Atlântica. A presença de novas espécies de Plasmodium nessas regiões caracteriza uma nova situação epidemiológica. Desequilíbrios ambientais podem reduzir a população de predadores da larva de anofelinos, mosquitos transmissores de malária, e conseqüentemente favorecer a possibilidade de manutenção e expansão da doença. Situações de equilíbrio ambiental mantêm estes insetos na cadeia alimentar de seus principais predadores e praticamente incapazes de se envolverem em surtos ou epidemias pela baixa densidade de suas formas adultas. Pensar em malária diante de um paciente febril sem outros diagnósticos conclusivos em qualquer região do país, não se constitui em nenhum absurdo do ponto de vista clínico ou epidemiológico, principalmente se o paciente é oriundo de área endêmica, freqüentou regiões de Mata Atlântica no sudeste brasileiro, tem história de malárias anteriores ou de transfusões sangüíneas em área endêmica. Considerando-se estes fatos o diagnóstico de malária fora de área endêmica como a Amazônia, por exemplo, deixa de ser clínico-laboratorial para ser epidemiológico-laboratorial. Perguntar por onde o paciente esteve nos últimos 30 dias e associar possíveis áreas de transmissão de malária à febre ou outros sintomas, representa uma direção para o diagnóstico no paciente. Histórias de malárias anteriores também podem sugerir diagnósticos de recaídas ou recrudescências, dependendo da espécie de Plasmodium. Transfusões sangüíneas em áreas endêmicas ou ter frequentado portos ou aeroportos representam outras possibilidades que direcionam o diagnóstico. O Brasil é um país endêmico de malária, e esta possibilidade de diagnóstico deve ser encarada sempre como possível em qualquer parte de seu território, principalmente pela ocorrência de casos importados que podem ser detectados em qualquer região. Investir e disponibilizar informações para quem se dirige ou chega de área de transmissão da doença representa estratégia que dificulta a reintrodução de casos, possibilita o tratamento no início da doença, evita a evolução para suas formas graves e o óbito desnecessário pelo retardo de diagnóstico e de tratamento. Informações sobre o que é a doença, suas formas de transmissão, seus sintomas, os grupos de risco que podem desenvolver formas graves, o uso de quimioprofiláticos, as principais medidas de proteção individual e coletiva e principalmente onde buscar por socorro médico em qualquer região do país, representam informações importantes como estratégia de controle da endemia. Além da autoctonia de casos de malária de Mata Atlântica, a região sudeste e outras regiões da extra-amazônia brasileira convivem com outras situações de casos de malária. Dentre essas estão alguns casos que evoluem para o óbito, tendo como principal causa a desinformação sobre a doença não só por quem contrai a doença, mas, sobretudo por desinformação da rede assistencial particular e uma grande parte da rede assistencial pública, considerando-se a ausência da cultura da malária nessas regiões por deixarem de ser áreas endêmicas há cerca de pouco mais de quatro décadas. Existe ainda no Brasil uma enorme lacuna sobre a prevenção de doenças através da informação, principalmente para viajantes. Outra situação se refere aos casos importados tanto da Amazônia como da África ou outra área endêmica que são maioria no sudeste e em toda região extra-amazônica brasileira. Esses casos cumprem o período de incubação intrínseco, que corresponde a fase hepática da doença, e vem apresentar os sintomas fora da área endêmica ou de transmissão, ou até mesmo em outra área de transmissão onde são diagnosticados e tratados. A malária também migra na Amazônia pela importação de casos. Esse período de incubação pode durar de 8 a mais de 30 dias e varia segundo a espécie parasitária, a carga parasitária ou número de protozoários injetados no momento da picada, o uso de medicamentos como quimiprofiláticos e as condições imunológicas do paciente. O período de incubação da malária por P. vivax gira em torno de 12 dias, na malária por P. falciparum um pouco menos e na malária por P. malariae cerca de 30 dias. Uma quarta situação da malária fora da Amazônia, se refere a casos introduzidos, que são aqueles casos oriundos de episódios de reintrodução da doença. Alguém chega com malária em região de transmissão interrompida, como o Rio de Janeiro, por exemplo, permanece sem diagnóstico e tratamento, são picados por mosquitos transmissores da doença, estes se infectam e transmitem a doença em tantos quantos picarem após cumprir o período de incubação extrínseco, que ocorre no mosquito-fêmea e que dura cerca de 10 a 12 dias. Dois episódios importantes ocorreram no RJ, um em 1997, em Itaipuaçu-Maricá e outro em 2002, em Paraty. O risco de se conviver com episódios de reintrodução de malária no Rio de Janeiro ou em qualquer área de transmissão interrompida da região extra-amazônica é permanente, porque permanentes são: a existência de mosquitos transmissores de malária em algumas regiões não urbanas ou pouco urbanizadas e a chegada de viajantes doentes com malária nessas regiões. A desinformação sobre a doença, a ausência da cultura da malária, a não preservação ou o manejo ambiental predatório e a automedicação na área endêmica são fatores relacionados com os episódios de reintrodução da doença no Rio de Janeiro. Poucos casos induzidos e importados, ou por transfusão sangüínea ou por uso de drogas ilícitas injetáveis, também fazem parte dessa realidade em alguns Estados do sudeste. O que ocorre no sudeste, em termos epidemiológicos, ocorre na maioria das regiões da extra-amazônia brasileira. Investir em informação sobre a doença e investir no diagnóstico precoce são estratégias que reduzem a endemicidade da doença e fazem com que os mosquitos transmissores passem a ter importância secundária em regiões de transmissão interrompida ou em regiões onde o diagnóstico e o tratamento são feitos antes da aparição de gametócitos no paciente. Quanto mais veloz o diagnóstico e o tratamento, menores as chances de novos mosquitos se infectarem e de ocorrerem novos surtos ou epidemias. A implantação de medidas de impacto epidemiológico como o aumento da informação sobre a doença, o aumento da precocidade no diagnóstico e tratamento dos infectados e doentes, a detecção e tratamento de assintomáticos, o controle possível do mosquito transmissor e o aumento de parcerias comunitárias, institucionais e científicas são estratégias que influenciam na redução e controle da endemicidade da malária no planeta. Na Amazônia, a mudança de perspectiva de sua população com relação ao controle da doença representa ainda apenas uma das barreiras a serem vencidas com vistas ao controle e redução da endemicidade dessa antroponose no Brasil. Todas essas estratégias de controle da doença no planeta têm ainda como desafios entrelaçados encaminhamentos políticos e múltiplas soluções de determinantes epidemiológicas, ecológicas, socioculturais e econômicas, todas de dimensões continentais.
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21170:a-malaria-brasileira-fora-da-amazonia&catid=46&Itemid=18
http://www.infectologia.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=134&mNoti_Acao=mostraNoticia¬iciaId=23097
Dr. Wanir José Barroso, sanitarista, especialista em epidemiologia e controle de endemias.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
A malária como doença parasitária de evolução rápida continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e em outras 111 áreas endêmicas de cerca de mais de 100 países. A malária humana também detém a identidade de ser a antroponose de maior prevalência no planeta, isto é, nenhuma outra doença do homem transmitida ao próprio homem, através de alguns mosquitos do gênero Anopheles, atinge e mata um número tão grande de pessoas. Há vários anos no planeta, são estimados algo entorno de meio bilhão de casos que ocasionam centenas de milhares de óbitos anuais, sendo em sua maioria crianças com menos de 5 anos de idade, além de colocar sob o risco de contrair a doença cerca de 40% da população mundial residente em sua área tropical. No Brasil a autoctonia de casos, situação em que os três elementos do ciclo evolutivo da doença (o homem, o mosquito e o Plasmodium) são ou estão na mesma região, está concentrada em todos os estados da Amazônia Legal mais o oeste do estado do Maranhão, em regiões de Mata Atlântica de diversos estados do sudeste, além de regiões do Vale do Rio Paraná. Os Estados do sudeste brasileiro além de todo restante da região extra-amazônica, a partir das décadas de 60 e 70, tiveram suas áreas maláricas transformadas em regiões de transmissão interrompida. Houve nessa época o tratamento maciço de casos, mas não houve a eliminação do mosquito transmissor, o que torna essas regiões vulneráveis à ocorrência de episódios de reintrodução da doença. Os principais mosquitos transmissores de malária nos Estados da região extra-amazônica são o Anopheles aquasalis, no litoral, o Anopheles cruzii, em regiões de Mata Atlântica e o Anopheles darlingi, em outras regiões. O Anopheles darlingi é o principal transmissor de malária no Brasil e está distribuído praticamente por todo o país. Seus principais criadouros são respectivamente: as áreas alagadas com água salobra ou do mar no entorno do litoral, as plantas que acumulam água em suas folhas, como as bromélias que são abundantes em toda região de Mata Atlântica e as áreas alagadas e sombreadas do Vale do Rio Paraná, entre outras. A malária de Mata Atlântica nos estados do sudeste como RJ, SP, ES e SC têm como características: a ocorrência de casos isolados entre visitantes e moradores da região que necessariamente entraram em contato com a mata ou estiveram próximos a ela, o registro de casos em vários municípios possuidores de Mata Atlântica, a presença preponderante do Anopheles cruzii como transmissor, o diagnóstico de malária por Plasmodium vivax com baixa parasitemia e a existência de uma representativa população de assintomáticos e oligossintomáticos da doença detectada em torno de alguns casos estudados, através de inquéritos sorológicos para Plasmodium vivax e pesquisa de Plasmodium em esfregaços sangüíneos. O comportamento epidemiológico da doença após a ocorrência de múltiplos e discretos surtos ao longo destes últimos anos nas regiões de Mata Atlântica no Brasil nos sugere que a malária de Mata Atlântica ainda esteja enfrentando a fase de transposição da barreira imunológica dos reservatórios, isto é, enquanto os anticorpos específicos dos pacientes assintomáticos estiverem contendo a multiplicação do protozoário mantendo baixa a parasitemia nesses pacientes, estarão baixas a circulação de gametócitos e a infectividade nos mosquitos transmissores. Neste período de constantes e discretos surtos ou microepidemias, enquanto não se observa o registro de níveis endêmicos mais expressivos da doença, o esperado é que continuem a ocorrer novos e esporádicos casos de malária entre visitantes e moradores não imunes nessas regiões, pela existência da população de assintomáticos ao redor de cada caso. O fato de haver poucos registros de casos não quer dizer que a doença esteja sob controle, pois os infectados sintomáticos com retardo de diagnóstico e os assintomáticos sem diagnóstico e sem tratamento oferecem a possibilidade de continuar mantendo o Plasmodium em circulação na região, infectando mosquitos e produzindo casos. A realização de novos inquéritos sorológicos para Plasmodium vivax nas diversas regiões de transmissão da malária de Mata Atlântica permitirá a identificação e o tratamento dos portadores da doença, além de permitir avaliar a extensão do problema. A principal estratégia de controle da malária de Mata Atlântica ainda é o pronto diagnóstico e tratamento dos sintomáticos e assintomáticos, como se sintomáticos fossem, sob pena dela continuar sendo por desinformação confundida com outras doenças e tratada muitas vezes apenas como febre de origem obscura. A reintrodução de malária por Plasmodium vivax nestas regiões, através de casos importados oriundos de áreas endêmicas como a Amazônia, pode interferir na infectividade do mosquito, difundir novas cepas, acelerar a ocorrência de novos surtos, além de oferecer a possibilidade de descaracterizar do ponto de vista epidemiológico e terapêutico à evolução da doença enquanto malária de Mata Atlântica. A presença de novas espécies de Plasmodium nessas regiões caracteriza uma nova situação epidemiológica. Desequilíbrios ambientais podem reduzir a população de predadores da larva de anofelinos, mosquitos transmissores de malária, e conseqüentemente favorecer a possibilidade de manutenção e expansão da doença. Situações de equilíbrio ambiental mantêm estes insetos na cadeia alimentar de seus principais predadores e praticamente incapazes de se envolverem em surtos ou epidemias pela baixa densidade de suas formas adultas. Pensar em malária diante de um paciente febril sem outros diagnósticos conclusivos em qualquer região do país, não se constitui em nenhum absurdo do ponto de vista clínico ou epidemiológico, principalmente se o paciente é oriundo de área endêmica, freqüentou regiões de Mata Atlântica no sudeste brasileiro, tem história de malárias anteriores ou de transfusões sangüíneas em área endêmica. Considerando-se estes fatos o diagnóstico de malária fora de área endêmica como a Amazônia, por exemplo, deixa de ser clínico-laboratorial para ser epidemiológico-laboratorial. Perguntar por onde o paciente esteve nos últimos 30 dias e associar possíveis áreas de transmissão de malária à febre ou outros sintomas, representa uma direção para o diagnóstico no paciente. Histórias de malárias anteriores também podem sugerir diagnósticos de recaídas ou recrudescências, dependendo da espécie de Plasmodium. Transfusões sangüíneas em áreas endêmicas ou ter frequentado portos ou aeroportos representam outras possibilidades que direcionam o diagnóstico. O Brasil é um país endêmico de malária, e esta possibilidade de diagnóstico deve ser encarada sempre como possível em qualquer parte de seu território, principalmente pela ocorrência de casos importados que podem ser detectados em qualquer região. Investir e disponibilizar informações para quem se dirige ou chega de área de transmissão da doença representa estratégia que dificulta a reintrodução de casos, possibilita o tratamento no início da doença, evita a evolução para suas formas graves e o óbito desnecessário pelo retardo de diagnóstico e de tratamento. Informações sobre o que é a doença, suas formas de transmissão, seus sintomas, os grupos de risco que podem desenvolver formas graves, o uso de quimioprofiláticos, as principais medidas de proteção individual e coletiva e principalmente onde buscar por socorro médico em qualquer região do país, representam informações importantes como estratégia de controle da endemia. Além da autoctonia de casos de malária de Mata Atlântica, a região sudeste e outras regiões da extra-amazônia brasileira convivem com outras situações de casos de malária. Dentre essas estão alguns casos que evoluem para o óbito, tendo como principal causa a desinformação sobre a doença não só por quem contrai a doença, mas, sobretudo por desinformação da rede assistencial particular e uma grande parte da rede assistencial pública, considerando-se a ausência da cultura da malária nessas regiões por deixarem de ser áreas endêmicas há cerca de pouco mais de quatro décadas. Existe ainda no Brasil uma enorme lacuna sobre a prevenção de doenças através da informação, principalmente para viajantes. Outra situação se refere aos casos importados tanto da Amazônia como da África ou outra área endêmica que são maioria no sudeste e em toda região extra-amazônica brasileira. Esses casos cumprem o período de incubação intrínseco, que corresponde a fase hepática da doença, e vem apresentar os sintomas fora da área endêmica ou de transmissão, ou até mesmo em outra área de transmissão onde são diagnosticados e tratados. A malária também migra na Amazônia pela importação de casos. Esse período de incubação pode durar de 8 a mais de 30 dias e varia segundo a espécie parasitária, a carga parasitária ou número de protozoários injetados no momento da picada, o uso de medicamentos como quimiprofiláticos e as condições imunológicas do paciente. O período de incubação da malária por P. vivax gira em torno de 12 dias, na malária por P. falciparum um pouco menos e na malária por P. malariae cerca de 30 dias. Uma quarta situação da malária fora da Amazônia, se refere a casos introduzidos, que são aqueles casos oriundos de episódios de reintrodução da doença. Alguém chega com malária em região de transmissão interrompida, como o Rio de Janeiro, por exemplo, permanece sem diagnóstico e tratamento, são picados por mosquitos transmissores da doença, estes se infectam e transmitem a doença em tantos quantos picarem após cumprir o período de incubação extrínseco, que ocorre no mosquito-fêmea e que dura cerca de 10 a 12 dias. Dois episódios importantes ocorreram no RJ, um em 1997, em Itaipuaçu-Maricá e outro em 2002, em Paraty. O risco de se conviver com episódios de reintrodução de malária no Rio de Janeiro ou em qualquer área de transmissão interrompida da região extra-amazônica é permanente, porque permanentes são: a existência de mosquitos transmissores de malária em algumas regiões não urbanas ou pouco urbanizadas e a chegada de viajantes doentes com malária nessas regiões. A desinformação sobre a doença, a ausência da cultura da malária, a não preservação ou o manejo ambiental predatório e a automedicação na área endêmica são fatores relacionados com os episódios de reintrodução da doença no Rio de Janeiro. Poucos casos induzidos e importados, ou por transfusão sangüínea ou por uso de drogas ilícitas injetáveis, também fazem parte dessa realidade em alguns Estados do sudeste. O que ocorre no sudeste, em termos epidemiológicos, ocorre na maioria das regiões da extra-amazônia brasileira. Investir em informação sobre a doença e investir no diagnóstico precoce são estratégias que reduzem a endemicidade da doença e fazem com que os mosquitos transmissores passem a ter importância secundária em regiões de transmissão interrompida ou em regiões onde o diagnóstico e o tratamento são feitos antes da aparição de gametócitos no paciente. Quanto mais veloz o diagnóstico e o tratamento, menores as chances de novos mosquitos se infectarem e de ocorrerem novos surtos ou epidemias. A implantação de medidas de impacto epidemiológico como o aumento da informação sobre a doença, o aumento da precocidade no diagnóstico e tratamento dos infectados e doentes, a detecção e tratamento de assintomáticos, o controle possível do mosquito transmissor e o aumento de parcerias comunitárias, institucionais e científicas são estratégias que influenciam na redução e controle da endemicidade da malária no planeta. Na Amazônia, a mudança de perspectiva de sua população com relação ao controle da doença representa ainda apenas uma das barreiras a serem vencidas com vistas ao controle e redução da endemicidade dessa antroponose no Brasil. Todas essas estratégias de controle da doença no planeta têm ainda como desafios entrelaçados encaminhamentos políticos e múltiplas soluções de determinantes epidemiológicas, ecológicas, socioculturais e econômicas, todas de dimensões continentais.
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21170:a-malaria-brasileira-fora-da-amazonia&catid=46&Itemid=18
http://www.infectologia.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=134&mNoti_Acao=mostraNoticia¬iciaId=23097
domingo, 9 de maio de 2010
Distribuição dos principais mosquitos transmissores de malária no planeta.
http://www.map.ox.ac.uk/browse-resources/multiple-vectors/dominant_malaria_vectors/world/
"Não se constitui em nenhum absurdo dizer que sempre existe a possibilidade de se contrair malária em qualquer região do planeta, inclusive nos países desenvolvidos ou de primeiro mundo. Essas regiões são as que possuem as principais espécies de mosquitos transmissores de malária, como nos mostra este slide. Onde existe o mosquito existe a possibilidade, inclusive em portos e aeroportos. Hoje conhecemos cerca de mais de 400 espécies de mosquitos do gênero Anopheles e apenas cerca de 54 delas são boas transmissoras de malária. Na África, principal área endêmica do planeta, o principal mosquito transmissor é o Anopheles gambiae e no Brasil o A. darlingi que está distribuído praticamente por todo o país, o A. aquasalis no litoral e o A. cruzii em regiões de Mata Atlântica. Algumas regiões deixaram de ser endêmicas para se transformarem em regiões de transmissão interrompida pelo tratamento de casos. Nessas regiões ao longo dos anos, os casos de malária foram ou são tratados rapidamente antes de surgirem novas epidemias e nessas regiões também podem ocorrer episódios de reintrodução da doença por existir o mosquito transmissor e por também circular pessoas doentes ou assintomáticas com malária vindas de outras regiões endêmicas, que estão distribuídas por mais de 100 países. Nossos atuais países endêmicos estão todos localizados na área tropical do planeta e representam nossa gigantesca área de transmissão, onde residem cerca de 40% de nossa população mundial ou mais de 2,4 bilhões de pessoas que estão permanentemente expostas ao risco de contrair a doença. Somente não temos mosquitos transmissores de malária nas áreas geladas, altas e desérticas do planeta. Em épocas passadas a urbanização de algumas regiões apenas afastou os mosquitos transmissores de malária das áreas urbanizadas, hoje muitas espécies desses mosquitos urbanizaram-se e transmitem malária em áreas urbanas. O risco de se morrer de malária é muito maior fora das áreas endêmicas ou de transmissão porque os médicos não pensam em malária diante de um paciente febril sem outros diagnósticos conclusivos, até porque os sintomas de malária são muito parecidos com os de outras doenças, principalmente as doenças virais. E malária é uma doença que evolui muito rapidamente para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada. A morte por malária se dá pela falência de órgãos como o fígado, os rins, os pulmões, o baço e o cérebro. Não sabemos ao certo o número real de casos de malária que ocorrem no planeta todos os anos, a OMS nos fala em cerca de 500 milhões de casos e de 3 a 5 milhões de óbitos anuais, sendo principalmente crianças com menos de 5 anos de idade. Parece que estamos diante de uma guerra cega, muda e surda, ninguém vê, ninguém fala, ninguém ouve. E lá se vão alguns milhões de óbitos por malária todos os anos. No Brasil nos últimos anos o nível endêmico situou-se em torno de 500 mil casos anuais notificados, e certamente esse número não é o real.
O certo é que não devemos acreditar que contrair, adoecer ou morrer de malária seja por que Deus assim quer. E nem continuar esperando que a malária continue caminhando com suas próprias pernas, com suas poucas pernas ou com suas curtas pernas ou esperar que ela naturalmente se resolva pelo incerto crescimento econômico de países desfavorecidos sob vários aspectos. É certeza também de que estamos diante de um problema mundial de responsabilidade de todos, dos mais negligenciados e com muitas fronteiras geográficas, políticas, sociais e tecnológicas e pouquíssimas, pontuais e ineficazes soluções para um controle que se confunde ou se aproxima de um controle cego da endemia. Precisamos além de sair do nosso silêncio, ousar em soluções e estratégias continentais, se quisermos esperar por dias melhores para essa doença que não tem vacina específica e eficaz, que acompanha a humanidade desde épocas remotas, que causa sofrimento e irreparáveis perdas humanas." Wanir Barroso, sanitarista.
O certo é que não devemos acreditar que contrair, adoecer ou morrer de malária seja por que Deus assim quer. E nem continuar esperando que a malária continue caminhando com suas próprias pernas, com suas poucas pernas ou com suas curtas pernas ou esperar que ela naturalmente se resolva pelo incerto crescimento econômico de países desfavorecidos sob vários aspectos. É certeza também de que estamos diante de um problema mundial de responsabilidade de todos, dos mais negligenciados e com muitas fronteiras geográficas, políticas, sociais e tecnológicas e pouquíssimas, pontuais e ineficazes soluções para um controle que se confunde ou se aproxima de um controle cego da endemia. Precisamos além de sair do nosso silêncio, ousar em soluções e estratégias continentais, se quisermos esperar por dias melhores para essa doença que não tem vacina específica e eficaz, que acompanha a humanidade desde épocas remotas, que causa sofrimento e irreparáveis perdas humanas." Wanir Barroso, sanitarista.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Malaria - Chemoprophylaxis and Prevention Measures .*
Malaria - Chemoprophylaxis and Prevention Measures .*
* Prohibited the reproduction of this article without permission of the author
Dr. Wanir Jose Barroso
Hygienist, expert in epidemiology and control of endemic diseases by Fiocruz / RJ.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
Chemoprophylaxis for malaria should be used only in very specific situations and prescribed by doctors or specialist familiar with the advice to travelers.
Chemoprophylaxis in malaria is nothing more than the use of antimalarial drugs for malaria that does not twitch and we do not know whether or not we contract it. It is as if we tried to "prevent" the disease or lessen its symptoms, even without having it taken out, using drugs that are prescribed in their treatment and healing, believing that by doing so we would not have the disease or not would develop severe forms if we bitten by infected mosquitoes. These antimalarial drugs used in sub-therapeutic doses, such doses should be chemoprophylactic have only the function of eliminating a number of protozoa (Plasmodium) when they are already in the blood of patients infected with Plasmodium. Thus, the onset of symptoms may or may not be delayed if the Plasmodium or is not sensitive to the drug used.
The antimalarial drugs are specific only to cure malaria in therapeutic doses and not all antimalarials should serve or be used as chemoprophylactic. Each of these medicines has its own peculiarities: some are more toxic, others are daily or weekly, others are slow elimination process, others may develop severe side effects and others may not even offer any protective effect, and for all antimalarial used in chemoprophylaxis, these individually and using sub-therapeutic doses recommended for chemoprophylaxis fail to cure patients who contracted the disease, apart from very few exceptions.
Further, malaria chemoprophylaxis does not prevent malaria infection, ie, does not prevent the entry and multiplication of the parasite in the body are bitten by infected mosquitoes, and also has healing purposes, because the doses used in prophylaxis are less than therapeutic doses used in conventional treatment. Medicines are not vaccines. Antimalarial drugs or do not heal or cure the disease and when misused can cause resistance in the parasite, resulting in treatment failure. Those who make use of chemoprophylactic and are bitten by mosquitoes infected with Plasmodium, malaria has at least until the stage liver disease and develop if the disease proves resistant Plasmodium drug used.
Antimalarial chemoprophylaxis should be considered when the clinical conditions of travel and time spent in areas of known disease transmission. Chemoprophylaxis should only be used for those going to an area of transmission of P. falciparum where there is no medical help nearby, and tolerate the side effects of medication and will stay there at least for a period exceeding 12 days, which corresponds to an average incubation period of malaria by P. falciparum. Unfortunately only a few studies on the adverse effects caused by the continued use of these drugs.
The antimalarial drugs used as chemoprophylactic have several contraindications. Special attention should be given to pregnant women, newborns, elderly, metabolic and infectious diseases, people with cardiac and neurological problems, and also for people who have to be under constant vigil, like airplane pilots. Among the undesirable side effects reported in this group of drugs that have varying degrees of toxicity are: drowsiness, nausea, diarrhea, bitter mouth, blurred vision, tinnitus, tremor, cardiotoxicity, and intolerance among the most serious seizures.
Malaria drug use chemoprophylactic may delay the onset of symptoms, extending the incubation period and sometimes do not result in any protective effect if the circulating Plasmodium is resistant to the drug that is being used. Several strains of P. already have proven resistant falciparum front of several antimalarial drugs in many endemic regions. Chloroquine, for example, no longer be used as chemoprophylaxis whereas P. falciparum shows already resistant to it in about at least 90% of the endemic areas of the planet.
The diagnosis and treatment in the initial phase of the disease have similar goals to that chemoprophylaxis is to prevent the development of severe forms, whose main cause is the delay of diagnosis and treatment.
He who knows the symptoms and be with suspected malaria to have frequented areas of disease transmission and goes in search of medical help to diagnose and start treatment, you always have a better prognosis than the one that makes use of chemoprophylactic. The indiscriminate use and the use of sub-therapeutic doses of antimalarial drugs are factors of chemoresistance of Plasmodium, as with bacteria to antibiotics.
Another important negative factor that must always be considered is that these schemes used in chemoprophylaxis cause a false sense of security, including making the traveler more to expose the bite of mosquitoes, making it more vulnerable to contracting the disease, besides having to adhere to the discomfort of using daily or weekly depending on the drug used. Chemoprophylaxis should not have their purposes "protective" confused with a vaccine. Although it is making use of chemoprophylaxis, can develop the disease and its severe forms are bitten by infected mosquitoes. Malaria unfortunately, there is still no specific and effective vaccine available.
Antimalarial chemoprophylaxis in the protection levels offered are dependent on many factors, such as using regular doses of the drug, the fact of Plasmodium not be resistant to the drug prescribed and the patient to metabolize, eliminate, and tolerate the drug well and not develop undesirable side effects .
Antimalarial chemoprophylaxis, if indicated, should be made strictly within the medical advice received, that is, one should never replace the product, the duration or the dosage provided by the physician who prescribed.
In summary, the best prevention against malaria remains:
1 • Whether or not you are in an area of malaria transmission, or if there are people contracting the disease in the region where it is;
2 • Avoid mosquitoes in areas of transmission with the use of repellents, insecticides, screens on doors and windows, mosquito nets or do not attend flooded areas where there are natural breeding sites;
• Know the three main symptoms of the disease (fever, body aches, vomiting, diarrhea, abdominal pain, loss of appetite, dizziness, feeling tired and others);
4 • Thinking of malaria is fever associated with other symptoms suggestive of having visited areas of disease transmission;
5. Know where to get medical help or information for the diagnosis and treatment both in and outside the endemic area;
6 • And do not self-medicate;
Find and forward in areas of malaria transmission febrile patients for diagnosis and treatment is the primary measure to contain outbreaks or epidemics, preventing the disease from spreading or take epidemic proportions. While there is a sick and without treatment in these regions there is the possibility of other people also contract. The groups most vulnerable to develop severe forms of the disease are children, elderly, people who contract the disease for the first time, pregnant women and patients with other infectious diseases.
Malaria in any region of the planet remains a parasitic disease of the most serious of rapidly evolving, but curable condition that is diagnosed and treated as rapidly as the disease requires. The disease can seriously compromise the functioning of various organs like the liver, kidneys, spleen, lungs and brain as well as evolve to severe forms with malaria coma and even death in a few days if there is delay in diagnosis and treatment. Death from malaria is caused the failure of these organs.
Malaria, mainly caused by P. falciparum, should always be considered a medical emergency!
* Prohibited the reproduction of this article without permission of the author
Dr. Wanir Jose Barroso
Hygienist, expert in epidemiology and control of endemic diseases by Fiocruz / RJ.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
Chemoprophylaxis for malaria should be used only in very specific situations and prescribed by doctors or specialist familiar with the advice to travelers.
Chemoprophylaxis in malaria is nothing more than the use of antimalarial drugs for malaria that does not twitch and we do not know whether or not we contract it. It is as if we tried to "prevent" the disease or lessen its symptoms, even without having it taken out, using drugs that are prescribed in their treatment and healing, believing that by doing so we would not have the disease or not would develop severe forms if we bitten by infected mosquitoes. These antimalarial drugs used in sub-therapeutic doses, such doses should be chemoprophylactic have only the function of eliminating a number of protozoa (Plasmodium) when they are already in the blood of patients infected with Plasmodium. Thus, the onset of symptoms may or may not be delayed if the Plasmodium or is not sensitive to the drug used.
The antimalarial drugs are specific only to cure malaria in therapeutic doses and not all antimalarials should serve or be used as chemoprophylactic. Each of these medicines has its own peculiarities: some are more toxic, others are daily or weekly, others are slow elimination process, others may develop severe side effects and others may not even offer any protective effect, and for all antimalarial used in chemoprophylaxis, these individually and using sub-therapeutic doses recommended for chemoprophylaxis fail to cure patients who contracted the disease, apart from very few exceptions.
Further, malaria chemoprophylaxis does not prevent malaria infection, ie, does not prevent the entry and multiplication of the parasite in the body are bitten by infected mosquitoes, and also has healing purposes, because the doses used in prophylaxis are less than therapeutic doses used in conventional treatment. Medicines are not vaccines. Antimalarial drugs or do not heal or cure the disease and when misused can cause resistance in the parasite, resulting in treatment failure. Those who make use of chemoprophylactic and are bitten by mosquitoes infected with Plasmodium, malaria has at least until the stage liver disease and develop if the disease proves resistant Plasmodium drug used.
Antimalarial chemoprophylaxis should be considered when the clinical conditions of travel and time spent in areas of known disease transmission. Chemoprophylaxis should only be used for those going to an area of transmission of P. falciparum where there is no medical help nearby, and tolerate the side effects of medication and will stay there at least for a period exceeding 12 days, which corresponds to an average incubation period of malaria by P. falciparum. Unfortunately only a few studies on the adverse effects caused by the continued use of these drugs.
The antimalarial drugs used as chemoprophylactic have several contraindications. Special attention should be given to pregnant women, newborns, elderly, metabolic and infectious diseases, people with cardiac and neurological problems, and also for people who have to be under constant vigil, like airplane pilots. Among the undesirable side effects reported in this group of drugs that have varying degrees of toxicity are: drowsiness, nausea, diarrhea, bitter mouth, blurred vision, tinnitus, tremor, cardiotoxicity, and intolerance among the most serious seizures.
Malaria drug use chemoprophylactic may delay the onset of symptoms, extending the incubation period and sometimes do not result in any protective effect if the circulating Plasmodium is resistant to the drug that is being used. Several strains of P. already have proven resistant falciparum front of several antimalarial drugs in many endemic regions. Chloroquine, for example, no longer be used as chemoprophylaxis whereas P. falciparum shows already resistant to it in about at least 90% of the endemic areas of the planet.
The diagnosis and treatment in the initial phase of the disease have similar goals to that chemoprophylaxis is to prevent the development of severe forms, whose main cause is the delay of diagnosis and treatment.
He who knows the symptoms and be with suspected malaria to have frequented areas of disease transmission and goes in search of medical help to diagnose and start treatment, you always have a better prognosis than the one that makes use of chemoprophylactic. The indiscriminate use and the use of sub-therapeutic doses of antimalarial drugs are factors of chemoresistance of Plasmodium, as with bacteria to antibiotics.
Another important negative factor that must always be considered is that these schemes used in chemoprophylaxis cause a false sense of security, including making the traveler more to expose the bite of mosquitoes, making it more vulnerable to contracting the disease, besides having to adhere to the discomfort of using daily or weekly depending on the drug used. Chemoprophylaxis should not have their purposes "protective" confused with a vaccine. Although it is making use of chemoprophylaxis, can develop the disease and its severe forms are bitten by infected mosquitoes. Malaria unfortunately, there is still no specific and effective vaccine available.
Antimalarial chemoprophylaxis in the protection levels offered are dependent on many factors, such as using regular doses of the drug, the fact of Plasmodium not be resistant to the drug prescribed and the patient to metabolize, eliminate, and tolerate the drug well and not develop undesirable side effects .
Antimalarial chemoprophylaxis, if indicated, should be made strictly within the medical advice received, that is, one should never replace the product, the duration or the dosage provided by the physician who prescribed.
In summary, the best prevention against malaria remains:
1 • Whether or not you are in an area of malaria transmission, or if there are people contracting the disease in the region where it is;
2 • Avoid mosquitoes in areas of transmission with the use of repellents, insecticides, screens on doors and windows, mosquito nets or do not attend flooded areas where there are natural breeding sites;
• Know the three main symptoms of the disease (fever, body aches, vomiting, diarrhea, abdominal pain, loss of appetite, dizziness, feeling tired and others);
4 • Thinking of malaria is fever associated with other symptoms suggestive of having visited areas of disease transmission;
5. Know where to get medical help or information for the diagnosis and treatment both in and outside the endemic area;
6 • And do not self-medicate;
Find and forward in areas of malaria transmission febrile patients for diagnosis and treatment is the primary measure to contain outbreaks or epidemics, preventing the disease from spreading or take epidemic proportions. While there is a sick and without treatment in these regions there is the possibility of other people also contract. The groups most vulnerable to develop severe forms of the disease are children, elderly, people who contract the disease for the first time, pregnant women and patients with other infectious diseases.
Malaria in any region of the planet remains a parasitic disease of the most serious of rapidly evolving, but curable condition that is diagnosed and treated as rapidly as the disease requires. The disease can seriously compromise the functioning of various organs like the liver, kidneys, spleen, lungs and brain as well as evolve to severe forms with malaria coma and even death in a few days if there is delay in diagnosis and treatment. Death from malaria is caused the failure of these organs.
Malaria, mainly caused by P. falciparum, should always be considered a medical emergency!
sábado, 24 de abril de 2010
Malária – Quimioprofilaxia e Medidas de Prevenção.*
Malária – Quimioprofilaxia e Medidas de Prevenção.*
*Proibida a reprodução deste artigo sem autorização do autor
Dr. Wanir José Barroso,
Sanitarista, especialista em epidemiologia e controle de endemias pela Fiocruz/RJ.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
Quimioprofilaxia em malária só deve ser utilizada em situações muito específicas e prescrita por médicos especializados ou familiarizados com o aconselhamento a viajantes.
A quimioprofilaxia em malária nada mais é do que o uso de medicamentos antimaláricos para uma malária que ainda não a contraímos e que não sabemos se vamos ou não contraí-la. É como se tentássemos “prevenir” a doença ou amenizar seus sintomas, ainda sem tê-la contraído, utilizando medicamentos que são prescritos em seu tratamento e cura, achando que ao se fazer isso não teríamos a doença ou não desenvolveríamos suas formas graves se fôssemos picados por mosquitos infectados. Esses medicamentos antimaláricos utilizados em doses sub-terapêuticas, como devem ser as doses quimioprofiláticas, têm apenas a função de eliminar um certo número de protozoários (Plasmodium) quando estes já se encontram no sangue do paciente infectado com o Plasmodium. Com isso, o aparecimento de sintomas pode ou não se retardar se o Plasmodium for ou não sensível ao medicamento utilizado.
Os medicamentos antimaláricos são específicos para curar malária apenas em doses terapêuticas e nem todos antimaláricos servem ou devem ser utilizados como quimioprofiláticos. Cada um desses medicamentos tem suas particularidades: uns são mais tóxicos, outros são de doses diárias ou semanais, outros são de eliminação lenta, outros podem desenvolver efeitos colaterais graves e outros podem até não oferecer efeito protetor nenhum, sendo que, para todos os antimaláricos utilizados em quimioprofilaxia, estes isoladamente e com o uso de doses sub-terapêuticas preconizadas para a quimioprofilaxia não conseguem curar pacientes que contraíram a doença, salvo raríssimas exceções.
Ainda mais, a quimioprofilaxia em malária não evita a infecção malárica, isto é, não evita a entrada e a multiplicação do protozoário no organismo se picado por mosquitos infectados, e também não tem finalidades de cura, até porque em quimioprofilaxia as doses utilizadas são menores que as doses terapêuticas utilizadas no tratamento convencional. Medicamentos não são vacinas. Medicamentos antimaláricos ou curam ou não curam a doença e quando mal utilizados podem provocar resistência no protozoário, culminando com a falência terapêutica. Os que fazem uso de quimioprofiláticos e são picados por mosquitos infectados com o Plasmodium, têm no mínimo malária até a fase hepática da doença e desenvolverá a doença caso o Plasmodium se mostre resistente ao medicamento utilizado.
Em quimioprofilaxia antimalárica deve-se considerar sempre as condições clínicas do viajante, o tempo de permanência em áreas sabidamente de transmissão da doença e o padrão de sensibilidade/resistência do P. falciparum frente aos medicamentos antimaláricos na região a ser visitada. A quimioprofilaxia só deve ser utilizada para quem vai para uma área de transmissão de P. falciparum onde não há nenhum socorro médico por perto, tolera bem os efeitos colaterais do medicamento e vai ficar por lá por um período no mínimo superior a 12 dias, que corresponde a um período médio de incubação da malária por P. falciparum. Infelizmente ainda existem poucos estudos sobre os efeitos adversos causados pelo uso contínuo desses medicamentos.
Os medicamentos antimaláricos usados como quimioprofiláticos apresentam várias contra-indicações. Atenção especial deve ser dada a mulheres grávidas, recém-natos, idosos, portadores de doenças metabólicas e infecciosas, pessoas com problemas neurológicos e cardíacos e também para pessoas que tem que estar sob vigília permanente, como os pilotos de avião. Entre os efeitos colaterais indesejáveis relatados neste grupo de medicamentos que apresentam diferentes graus de toxicidade estão: sonolência, náuseas, diarréia, boca amarga, visão turva, zumbido, tremores, cardiotoxicidade, e entre as intolerâncias mais sérias as convulsões.
Em malária o uso de medicamentos quimioprofiláticos pode retardar o início dos sintomas, alargando o período de incubação e às vezes não surtir efeito protetor nenhum, caso o Plasmodium circulante seja resistente ao medicamento que esteja sendo utilizado. Várias cepas de P. falciparum já se mostram resistentes frente a vários medicamentos antimaláricos em diversas regiões endêmicas. A cloroquina, por exemplo, não mais deve ser utilizada como quimioprofilático considerando que o P. falciparum já se mostra resistente a ela em cerca de pelo menos 90% das áreas endêmicas do planeta.
O diagnóstico e o tratamento na fase inicial da doença têm objetivos semelhantes aos da quimioprofilaxia que é conseguir evitar o desenvolvimento de suas formas graves, cuja principal causa é o retardo de diagnóstico e de tratamento.
Aquele que conhece os sintomas iniciais e suspeita estar com malária por ter freqüentado áreas de transmissão da doença e vai em busca de socorro médico para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento, tem sempre um melhor prognóstico do que aquele que faz uso de quimioprofiláticos. O uso indiscriminado e o uso de doses sub-terapêuticas de medicamentos antimaláricos são fatores de quimioresistência do Plasmodium, assim como acontece com as bactérias frente aos antibióticos.
Um outro fator negativo e importante que sempre deve ser considerado é que esses esquemas utilizados em quimioprofilaxia causam uma falsa sensação de segurança, fazendo inclusive com que o viajante se exponha mais à picada de mosquitos transmissores, tornando-se mais vulnerável a contrair a doença, além de ter que aderir ao desconforto do uso de doses diárias ou semanais dependendo do medicamento utilizado. Quimioprofilaxia não deve ter suas finalidades “protetoras” confundidas com a de uma vacina. Em que pese estar fazendo uso de quimioprofilaxia, pode-se desenvolver a doença e suas formas graves se picado por mosquitos infectados. Contra a malária infelizmente, ainda não existe uma vacina específica e eficaz disponível.
Em quimioprofilaxia antimalárica os níveis de proteção oferecidos são dependentes de vários fatores, como o uso regular de doses do medicamento, o fato do Plasmodium não estar resistente ao medicamento prescrito e ao paciente metabolizar, tolerar e eliminar bem o medicamento e não desenvolver efeitos colaterais indesejáveis.
A quimioprofilaxia antimalárica, se indicada, deve ser feita estritamente dentro das orientações médicas recebidas, isto é, nunca se deve substituir o medicamento, o tempo de duração ou a posologia fornecida pelo médico que a prescreveu, baseados em critérios clínicos, toxicológicos, terapêuticos e epidemiológicos.
Em resumo, a melhor prevenção contra a malária continua sendo:
1• Saber se está ou não em área de transmissão de malária, ou se existem pessoas contraindo a doença na região onde se encontra;
2• Evitar a picada de mosquitos em áreas de transmissão com o uso de repelentes, inseticidas, telas em portas e janelas, mosquiteiros ou não freqüentar áreas alagadas onde existam criadouros naturais;
3• Conhecer os principais sintomas iniciais da doença (febre, dores pelo corpo, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira, sensação de cansaço entre outros);
4• Pensar em malária se apresentar febre associada a outros sintomas sugestivos, por ter freqüentado áreas de transmissão da doença;
5. Saber onde buscar por socorro médico ou informações para obter o diagnóstico e o tratamento tanto na área endêmica como fora dela;
6• E não se automedicar;
Localizar e encaminhar em áreas de transmissão de malária pacientes febris para diagnóstico e tratamento é a principal medida para conter surtos ou epidemias, evitando que a doença se alastre ou tome proporções epidêmicas. Enquanto houver alguém doente e sem tratamento nessas regiões haverá a possibilidade de outras pessoas também a contraírem. Os grupos mais vulneráveis a desenvolverem as formas graves da doença são: crianças, idosos, pessoas que contraem a doença pela primeira vez, mulheres grávidas e portadores de outras doenças infecciosas.
A malária em qualquer região do planeta continua sendo uma doença parasitária das mais graves, de evolução muito rápida, mas curável desde que diagnosticada e tratada com a rapidez que a doença exige. A doença pode comprometer seriamente o funcionamento de diversos órgãos como o fígado, os rins, o baço, os pulmões e o cérebro além de evoluir para suas formas graves com o coma malárico e até mesmo o óbito em poucos dias, caso haja retardo de diagnóstico e de tratamento. O óbito por malária tem como causa a falência desses órgãos.
Malária, principalmente a causada pelo P. falciparum, deve ser sempre considerada como uma emergência médica!
*Proibida a reprodução deste artigo sem autorização do autor
Dr. Wanir José Barroso,
Sanitarista, especialista em epidemiologia e controle de endemias pela Fiocruz/RJ.
E-mail: wanirbarroso@gmail.com
Quimioprofilaxia em malária só deve ser utilizada em situações muito específicas e prescrita por médicos especializados ou familiarizados com o aconselhamento a viajantes.
A quimioprofilaxia em malária nada mais é do que o uso de medicamentos antimaláricos para uma malária que ainda não a contraímos e que não sabemos se vamos ou não contraí-la. É como se tentássemos “prevenir” a doença ou amenizar seus sintomas, ainda sem tê-la contraído, utilizando medicamentos que são prescritos em seu tratamento e cura, achando que ao se fazer isso não teríamos a doença ou não desenvolveríamos suas formas graves se fôssemos picados por mosquitos infectados. Esses medicamentos antimaláricos utilizados em doses sub-terapêuticas, como devem ser as doses quimioprofiláticas, têm apenas a função de eliminar um certo número de protozoários (Plasmodium) quando estes já se encontram no sangue do paciente infectado com o Plasmodium. Com isso, o aparecimento de sintomas pode ou não se retardar se o Plasmodium for ou não sensível ao medicamento utilizado.
Os medicamentos antimaláricos são específicos para curar malária apenas em doses terapêuticas e nem todos antimaláricos servem ou devem ser utilizados como quimioprofiláticos. Cada um desses medicamentos tem suas particularidades: uns são mais tóxicos, outros são de doses diárias ou semanais, outros são de eliminação lenta, outros podem desenvolver efeitos colaterais graves e outros podem até não oferecer efeito protetor nenhum, sendo que, para todos os antimaláricos utilizados em quimioprofilaxia, estes isoladamente e com o uso de doses sub-terapêuticas preconizadas para a quimioprofilaxia não conseguem curar pacientes que contraíram a doença, salvo raríssimas exceções.
Ainda mais, a quimioprofilaxia em malária não evita a infecção malárica, isto é, não evita a entrada e a multiplicação do protozoário no organismo se picado por mosquitos infectados, e também não tem finalidades de cura, até porque em quimioprofilaxia as doses utilizadas são menores que as doses terapêuticas utilizadas no tratamento convencional. Medicamentos não são vacinas. Medicamentos antimaláricos ou curam ou não curam a doença e quando mal utilizados podem provocar resistência no protozoário, culminando com a falência terapêutica. Os que fazem uso de quimioprofiláticos e são picados por mosquitos infectados com o Plasmodium, têm no mínimo malária até a fase hepática da doença e desenvolverá a doença caso o Plasmodium se mostre resistente ao medicamento utilizado.
Em quimioprofilaxia antimalárica deve-se considerar sempre as condições clínicas do viajante, o tempo de permanência em áreas sabidamente de transmissão da doença e o padrão de sensibilidade/resistência do P. falciparum frente aos medicamentos antimaláricos na região a ser visitada. A quimioprofilaxia só deve ser utilizada para quem vai para uma área de transmissão de P. falciparum onde não há nenhum socorro médico por perto, tolera bem os efeitos colaterais do medicamento e vai ficar por lá por um período no mínimo superior a 12 dias, que corresponde a um período médio de incubação da malária por P. falciparum. Infelizmente ainda existem poucos estudos sobre os efeitos adversos causados pelo uso contínuo desses medicamentos.
Os medicamentos antimaláricos usados como quimioprofiláticos apresentam várias contra-indicações. Atenção especial deve ser dada a mulheres grávidas, recém-natos, idosos, portadores de doenças metabólicas e infecciosas, pessoas com problemas neurológicos e cardíacos e também para pessoas que tem que estar sob vigília permanente, como os pilotos de avião. Entre os efeitos colaterais indesejáveis relatados neste grupo de medicamentos que apresentam diferentes graus de toxicidade estão: sonolência, náuseas, diarréia, boca amarga, visão turva, zumbido, tremores, cardiotoxicidade, e entre as intolerâncias mais sérias as convulsões.
Em malária o uso de medicamentos quimioprofiláticos pode retardar o início dos sintomas, alargando o período de incubação e às vezes não surtir efeito protetor nenhum, caso o Plasmodium circulante seja resistente ao medicamento que esteja sendo utilizado. Várias cepas de P. falciparum já se mostram resistentes frente a vários medicamentos antimaláricos em diversas regiões endêmicas. A cloroquina, por exemplo, não mais deve ser utilizada como quimioprofilático considerando que o P. falciparum já se mostra resistente a ela em cerca de pelo menos 90% das áreas endêmicas do planeta.
O diagnóstico e o tratamento na fase inicial da doença têm objetivos semelhantes aos da quimioprofilaxia que é conseguir evitar o desenvolvimento de suas formas graves, cuja principal causa é o retardo de diagnóstico e de tratamento.
Aquele que conhece os sintomas iniciais e suspeita estar com malária por ter freqüentado áreas de transmissão da doença e vai em busca de socorro médico para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento, tem sempre um melhor prognóstico do que aquele que faz uso de quimioprofiláticos. O uso indiscriminado e o uso de doses sub-terapêuticas de medicamentos antimaláricos são fatores de quimioresistência do Plasmodium, assim como acontece com as bactérias frente aos antibióticos.
Um outro fator negativo e importante que sempre deve ser considerado é que esses esquemas utilizados em quimioprofilaxia causam uma falsa sensação de segurança, fazendo inclusive com que o viajante se exponha mais à picada de mosquitos transmissores, tornando-se mais vulnerável a contrair a doença, além de ter que aderir ao desconforto do uso de doses diárias ou semanais dependendo do medicamento utilizado. Quimioprofilaxia não deve ter suas finalidades “protetoras” confundidas com a de uma vacina. Em que pese estar fazendo uso de quimioprofilaxia, pode-se desenvolver a doença e suas formas graves se picado por mosquitos infectados. Contra a malária infelizmente, ainda não existe uma vacina específica e eficaz disponível.
Em quimioprofilaxia antimalárica os níveis de proteção oferecidos são dependentes de vários fatores, como o uso regular de doses do medicamento, o fato do Plasmodium não estar resistente ao medicamento prescrito e ao paciente metabolizar, tolerar e eliminar bem o medicamento e não desenvolver efeitos colaterais indesejáveis.
A quimioprofilaxia antimalárica, se indicada, deve ser feita estritamente dentro das orientações médicas recebidas, isto é, nunca se deve substituir o medicamento, o tempo de duração ou a posologia fornecida pelo médico que a prescreveu, baseados em critérios clínicos, toxicológicos, terapêuticos e epidemiológicos.
Em resumo, a melhor prevenção contra a malária continua sendo:
1• Saber se está ou não em área de transmissão de malária, ou se existem pessoas contraindo a doença na região onde se encontra;
2• Evitar a picada de mosquitos em áreas de transmissão com o uso de repelentes, inseticidas, telas em portas e janelas, mosquiteiros ou não freqüentar áreas alagadas onde existam criadouros naturais;
3• Conhecer os principais sintomas iniciais da doença (febre, dores pelo corpo, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira, sensação de cansaço entre outros);
4• Pensar em malária se apresentar febre associada a outros sintomas sugestivos, por ter freqüentado áreas de transmissão da doença;
5. Saber onde buscar por socorro médico ou informações para obter o diagnóstico e o tratamento tanto na área endêmica como fora dela;
6• E não se automedicar;
Localizar e encaminhar em áreas de transmissão de malária pacientes febris para diagnóstico e tratamento é a principal medida para conter surtos ou epidemias, evitando que a doença se alastre ou tome proporções epidêmicas. Enquanto houver alguém doente e sem tratamento nessas regiões haverá a possibilidade de outras pessoas também a contraírem. Os grupos mais vulneráveis a desenvolverem as formas graves da doença são: crianças, idosos, pessoas que contraem a doença pela primeira vez, mulheres grávidas e portadores de outras doenças infecciosas.
A malária em qualquer região do planeta continua sendo uma doença parasitária das mais graves, de evolução muito rápida, mas curável desde que diagnosticada e tratada com a rapidez que a doença exige. A doença pode comprometer seriamente o funcionamento de diversos órgãos como o fígado, os rins, o baço, os pulmões e o cérebro além de evoluir para suas formas graves com o coma malárico e até mesmo o óbito em poucos dias, caso haja retardo de diagnóstico e de tratamento. O óbito por malária tem como causa a falência desses órgãos.
Malária, principalmente a causada pelo P. falciparum, deve ser sempre considerada como uma emergência médica!
Assinar:
Postagens (Atom)